
Pelo menos 64 pessoas morreram durante a megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) deflagrada nesta terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Entre os mortos, estão quatro policiais – dois civis e dois militares. A ação mobilizou 2,5 mil agentes de segurança, incluindo policiais civis, militares e tropas especiais.
A operação teve como objetivo cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes que atuam na região. Até o momento, foram confirmadas 81 prisões. Durante a ação, os agentes apreenderam 75 fuzis e grande quantidade de drogas e armamentos.
Os policiais mortos foram identificados como:
Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, policial civil e chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita), conhecido como Máskara;
Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, policial civil da 39ª DP (Pavuna);
Cleiton Serafim Gonçalves e Herbert, policiais militares do BOPE.
Durante a operação, criminosos montaram barricadas, incendiaram locais e atacaram policiais com drones e bombas, segundo informações das autoridades.
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que não solicitou apoio federal à operação, e criticou a falta de integração com as forças federais, apontando que pedidos anteriores para uso de blindados foram negados.
Prisão de liderança do tráfico
Durante a operação, foi preso Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quintugo”, apontado como braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do CV na região. Ele é acusado de liderar ações criminosas ligadas a tráfico de drogas, comércio de armas e confrontos com quadrilhas rivais.
Participaram da coletiva de imprensa os secretários da Segurança Pública do Rio, Victor dos Santos, e da Polícia Militar, Marcelo de Menezes.
Contexto da ação
A operação foi planejada com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core/PCERJ) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope/PMERJ). O Gaeco (MPRJ) denunciou 67 pessoas por associação ao tráfico, além de três homens por tortura.
Segundo o Ministério Público, o Complexo do Alemão e a Penha são pontos estratégicos para o escoamento de drogas e armamentos e se tornaram bases do projeto expansionista do CV, comandado por líderes como Edgard Alves de Andrade (Doca), Pedro Bala, Gadernal e Grandão.
A denúncia detalha a hierarquia da facção: 15 homens exercem funções de gerência do tráfico, enquanto os demais atuam como soldados, responsáveis por monitoramento e segurança armada. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 42ª Vara Criminal da Capital.
Fonte: AM POST.
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